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TEOLOGIA LIBERAL

 

                                                            "Uma resposta ao texto NO CÉU QUERO MORAR COM OS HEREGES,                                                         do autointitulado Herege Mozart Noronha"

Ao ler o texto "confessional", intitulado "No Céu Quero Morar Com os Hereges", de nosso assumidamente não irmão (porque, segundo ele mesmo, não podemos chamá-lo de irmão, pois não sustenta a mesma fé que nós) Mozart, nos alegra ao menos uma coisa: ninguém pode acusá-lo de não ser honesto e autêntico.

Somente um verdadeiro herege não só seria consciente de sua heresia, como a assumiria. Mas, Mozart vai além: ele se orgulha de ser herege. O que nos entristece muito, porém, não é somente o fato de ser assumidamente herege e orgulhar-se disso, mas o fato de afirmar que hereges serão salvos e partilharão o Céu com os Santos, sem ter passado pelo mesmo processo de serem alcançados pela Graça do Senhor, sendo convencidos pelo Espírito Santo, arrependido-se dos seus pecados, aos quais Jesus nos chamou a todos a nos arrepender e sem ter buscado uma vida de luta contra sua natureza pecadora, a fim de seguir o Alvo da fé que é Jesus Cristo.

Mas para sabermos porque Mozart Noronha chama a si mesmo de herege, precisamos saber sob qual ponto de vista ele julga a si mesmo desta maneira. Como não podemos ler os pensamentos de nosso autor em questão, pretendemos explicar, sob a perspectiva da tradição cristão, porque Mozart é mesmo um herege.

Como ponto de partida, gostaríamos de usar como parâmetro central o Credo Apostólico. Afinal, o mesmo foi formulado  após inúmeros concílios da igreja cristão, justamente para que os cristãos soubessem identificar e afastar-se das heresias:

                                          "Creio em Deus, Pai todo poderoso,

                                           Criador do céu e da terra.

                                           E em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor,

                                           o qual foi concebido pelo Espírito Santo,

                                           nasceu da virgem Maria,

                                           padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,

                                           foi crucificado, morto e sepultado,

                                           desceu ao mundo dos mortos,

                                           ressuscitou no terceiro dia,

                                           subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,

                                           de onde virá para julgar os vivos e os mortos.

                                           

                                           Creio no Espírito Santo,

                                           na santa Igreja cristã, à comunhão dos Santos,

                                           na remissão dos pecados,

                                           na ressurreição do corpo e na vida eterna.

                                        

                                           Amém!

Partindo do ponto de vista de que os teólogos liberais se consideram racionalistas e materialistas e só aceitam como verdade aquilo que pode ser experenciado, podemos afirmar que a primeira parte do credo apostólico é um mito ou é um dogma puramente tradicional ao qual as pessoas seguem superficialmente, ou seja: para Mozart Noronha e todos os liberais, o nascimento virginal é impossível. Não existem casos de nascimento virginal, portanto Jesus não pode ter nascido de uma virgem. Aliás, se Maria era virgem, para os liberais, ela poderia ter praticado algum ato libidinoso que não tivesse provocado o rompimento do hímen. Mas, mesmo assim, teria causado a sua fecundação.

Para os liberais, é impossível que haja fecundação pelo Espírito Santo e, portanto, não crêem que Cristo nasceu da virgem Maria, que Ele era Filho de Deus, muito menos primogênito e, por consequência, não há Pai, Filho e Espírito Santo.

Mas, se Jesus não era nada disso, para que servem, então, os textos bíblicos que afirmam essas coisas? Segundo Mozart de Noronha e os liberais, resta a aplicação materialista dos textos. Nesse caso, a explicação materialista fica a cargo de Marx: ao ler os textos bíblicos que consideram mitos, os teólogos da libertação (PPL - Pastoral Popular Luterana, no caso da IECLB) usam os "óculos marxistas". Muitos interpretam os textos em questão, dizendo que a história do nascimento de Jesus, na verdade, nos mostra que somos todos filhos de Deus igualmente como Jesus. Ninguém é superior ou inferior, nem partilha de qualquer divindade especial com Deus. Todos os seres humanos são iguais diante de Deus. Mas, o princípio de igualdade ao que se referem é o de igualdade social.

Para os liberais, a desigualdade social é o pecado original da humanidade. Toda e qualquer "intolerância" ou "diferença" deve ser combatida. Afinal, todos são iguais perante Deus. Tão iguais que os pobres e humildes já receberam a salvação, simplesmente por serem pobres e humildes. Tão iguais que serão salvos mesmo os que não creem em Cristo. Afinal, para os liberais todas as  religiões são válidas porque têm sua maneira de tornar as pessoas melhores. Aliás, salvação, para os liberais, não tem nada a ver com Vida Eterna. Afinal, os mesmos nem sequer acreditam que Cristo ressuscitou. E isso nos leva a outro ponto no qual eles divergem do Credo Apostólico. A ressurreição pressupõe morte e respectivo despertar espiritual e físico. Mas como, de igual modo, para os liberais não há casos de ressurreição, três dias após a morte constatada nos manuais de medicina, é impossível que Jesus tenha ressuscitado no terceiro dia. Para eles, pode ser que Jesus estivesse apenas em coma ou que seu corpo tivesse sido realmente roubado, para forjar uma ressurreição. Fato é que, para os liberais, não há ressurreição.

                                              "E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.

                                               E, se Cristo não ressuscitou,  logo  é  vã a nossa pregação e também é

                                               vã a vossa fé."

                                  (1 Coríntios 15:13-14)

Se não há ressurreição de mortos, não há vida eterna. Se não há vida eterna, não há céu e, portanto, ninguém vai para o céu, certo?

Errado!

Para os liberais, o céu não tem nada de espiritual ou sequer de algum lugar físico distinto. Para eles, o céu será a sociedade perfeita onde não haverá mais "pecado". Ou seja, desigualdade social. para eles, a salvação da humanidade será a realização do sonho marxista de criar o mundo comunista perfeito, onde todos serão iguais, terão as mesmas possibilidades, a mesma renda, a mesma ideologia, o mesmo capital, a mesma religião e o mesmo conhecimento. Para os liberais marxistas, o céu será a sociedade "utópica" de Marx, onde o comunismo acabará com todas as diferenças. É por isso que, para eles, Cristo era "comunista". Eles entendem que a mensagem de Cristo, quando combatia o pecado, era sobre pobreza, desigualdade e opressão e não sobre a maldade do coração do homem, do pecado original, que faz parte do nosso espírito. Para os liberais, as noções de pecado do cristianismo não passam de dogmas. O que interessa é tornar o "Reino dos Céus Comunista" real e o mais breve possível, pregando revolução social e política, engajando-se  em movimentos sociais revolucionários de reforma agrária, em movimentos políticos progressistas, em organizações não governamentais pró-aborto, pregando ecumenismo, com religiões pagãs, apoiando movimentos feministas, LGBT, Ideologia de Gênero e outras pautas tão conhecidas das agendas ideológicas, geralmente de esquerda.

Por fim, concluímos que concordamos com Mozart Noronha, quando ele chama a si mesmo de "herege". Mas, diferente dele, nós cremos que os hereges não estarão no mesmo céu que nós e aqueles que partilham da mesma fé que nós. Isso, porque, diferente de Mozart Noronha e dos liberais marxistas, cremos no que afirma o Credo Apostólico de todo o coração e esta é nossa confissão de fé sincera e verdadeira. Lutamos para que, a cada dia, mais almas sejam alcançadas pela mesma Graça que nos alcançou, para que um dia possamos viver a Vida Eterna, no Verdadeiro Céu, juntos.

Finalmente, oramos para que Mozart Noronha seja alcançado pela mesma graça que nos alcançou e que seja liberto, sim, das viseiras ideológicas que fazem ele e os liberais entenderem o mundo e até a Palavra de Deus, através dos óculos liberais do marxismo. E também, perguntamos a vocês, luteranos que vivem em comunidade: Vocês são hereges como os liberais e preferem um "céu comunista" ou almejam a Vida Eterna com o verdadeiro Filho de Deus?

Que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja maior do que qualquer ideologia e possa penetrar  músculos, ossos, corações e mentes daqueles que foram cegados por ideologias e sonhos utópicos.

Amém!

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