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AS HERESIAS DA IGREJA MODERNA

 

- Arianismo - 

                                                              "Sei que, depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de

                                                              vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos  se  levantarão

                                                              homens que torcerão  a  verdade,  a fim de atrair os discípulos. Por isso,

                                                              vigiem! Lembrem-se de  que durante três anos jamais cessei de advertir

                                                              cada um de vocês disso, noite e dia, com lágrimas."

Atos dos Apóstolos 20:29-31

Por volta do ano 303 o imperador romano Diocleciano emitiu vários decretos que tornava o cristianismo ilegal e que obrigava que todos os cristãos realizassem sacrifícios aos deuses romanos. Por causa da perseguição romana muitos bispos cristãos abandonaram suas igrejas e paróquias. Pedro I, o bispo de Alexandria foi um destes. Melécio, um líder cristão da época, aproveitando a ausência de Pedro I, tomou posse do bispado de Alexandria durante as perseguições.

Quando terminaram as perseguições, com a conversão do imperador Constantino e a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano, Pedro I retornou a Alexandria e convocou um concílio onde Melécio foi deposto por se apossar do bispado e negar a fé cristã durante as perseguições.

Ário, apoiou Melécio durante as perseguições mas se reconsiliou com Pedro I que o nomeou como diácono. Com a condenação de Melécio, Ario se opôs a Pedro I e foi excomungado. Depois da morte de Pedro I, seu sucessor, Áquila, concedeu o perdão a Ário em 313 foi ordenado diácono da igreja de Baucalis, onde Ário conseguiu grande número de seguidores.

Aproximadamente em 319, Ário pregava que existia um único Deus verdadeiro e não uma trindade com Deus pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Para ele o Filho havia sido criado pelo Pai antes do mundo como uma ferramenta para criação pois a Divindade Espiritual do Pai era pura e santa demais para sujar as mãos com a criação material, mas o Filho, por ser de natureza inferior à do Pai, poderia sujar suas mãos com a criação. Desta forma Cristo não era divino como Deus mas estaria entre Deus e os homens, ao estilo dos semi-deuses gregos como Hércules e Aquiles. Mas para Ária Cristo seria o maior deles por ter algo de divino em si, embora não completamente.

discussão que surgiu das ideias de Ário inundaram o império a ponto de ameaçar um “racha” na igreja antiga e até no império. O imperador Constantino, percebendo os riscos, enviou seu conselheiro pessoal, o bispo de Córdoba para mediar as disputas. Em 325 foi necessário convocar um Concílio Universal da Igreja em Nicéia. Os debates de Nicéia levaram os sínodos a acusarem um ao outro de herege. Foram formulados vários textos que dividiram cada vez mais a igreja, dando força a movimentos políticos e hierárquicos. De um lado os sínodos ocidentais que defendiam a natureza divina de Cristo idêntica a de Deus e de outro os sínodos orientais que defendiam a subdivindade de Cristo.

Do concílio em Nicéia, a maioria dos sínodos, bem como o próprio imperador constantino com ajuda do Bispo Atanásio, condenaram as ideias de Ário, declarando hereges todos os seus escritos, ordenando a queima dos mesmo e a pena de morte daqueles que mantivessem os ensinamentos de Ário. Neste concílio ficou ainda definido um dos primeiros dogmas da igreja cristã; o Credo Niceno:

                                               “Cremos em um só Deus,  Pai  Onipotente, criador de todas as coisas

                                               visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus,

                                               gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus,

                                               Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,  gerado  não feito, de

                                               uma só substância com o Pai,  pelo  qual foram feitas todas as coisas,

                                               as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens  e

                                               por  nossa  salvação,  desceu,  se  encarnou e se fez homem, e sofreu e

                                               ressuscitou  ao  terceiro  dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para

                                               julgar os vivos e os mortos;  e  no  Espírito  Santo. E a quantos dizem:

                                              “Ele era quando não era”, e “Antes de nascer, Ele não era”, ou que “foi

                                              feito  do  não  existente”,  bem  como  a  quantos alegam ser o Filho de

                                              Deus  “de outra substância ou essência”, ou  “feito”, ou “mutável”, ou

                                              “alterável” a todos estes a igreja católica e apostólica anatematiza.“

 

 

Arianos Modernos

Entre as igrejas modernas podemos citar como arianos os Testemunhas de Jeová que negam a trindade e afirmam ser Deus uma única pessoa sem desdobramentos entre Pai, Filho e Espírito Santo. Também os Espíritas afirmam que Jesus é simplesmente o ser humano mais iluminado que se dizia ser Deus apenas no aspecto de guia para a humanidade.

Podemos citar especialmente na tradição luterana a corrente da teologia liberal que nega a divindade de cristo, nega seu nascimento virginal e nega a ressurreição. De fato para os liberais é difícil até mesmo crer que a pessoa de Jesus tenha existido visto que afirmam não existirem provas empíricas suficientes para comprovar que o Jesus bíblico tenha vivido. Para muitos liberais é possível que toda a tradição cristã acerca de Cristo tenha sido apenas um mito transmitido oralmente sofrendo o efeito de “telefone sem fio”, sendo acrescentados a ele, elementos com o passar do tempo. Muitos destes liberais hoje ocupam espaço de liderança na igreja luterana o que nos faz questionar: Até que ponto a igreja luterana conhece o Credo Niceno? Em que medida a igreja luterana pode se declarar livre do arianismo?

Nas subdivisões liberais luteranas podemos inserir os adeptos da teologia da libertação que simplesmente sobrepuseram sobre os textos bíblicos uma interpretação marxista para substituir a ausência de divindade de Cristo interpretando Ele simplesmente como um personagem revolucionário que lutou contra o domínio romano a favor das minorias oprimidas judaicas. Não tendo Crsito, nenhum aspecto divino em si, mas libertado para os oprimidos de hoje. Da mesma forma o Cristo ariano se aplica a outras escolas de teologia luterana que defendem minorias como a teologia feminista e teologia gay ou queer, ambas ativas no meio luterano atual, pois as mesas negam a divindade pura de Cristo como a do Pai e aplicam os ensinamentos de Cristo como se este fosse simplesmente um líder idealista de seus tempos.

Que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja maior do que qualquer ideologia e possa penetrar  músculos, ossos, corações e mentes daqueles que foram cegados por ideologias e sonhos utópicos.

Amém!

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